Brasil, o novo “Eldorado” do basquete mundial

Sports Value publica com exclusividade uma análise sobre o crescimento do basquete no Brasil, seu futuro extremamente promissor e desafios para a prática da modalidade

O mercado brasileiro se transformou em um dos mercados mais promissores do basquete mundial.

Tradição brasileira no basquete

Brasil sempre teve enorme tradição no basquete, com títulos importantes, grandes ídolos e jogos memoráveis. Documentário Revolução dos 3, de Pedro Bial para a Globoplay ajuda a explicar isso.

Oscar Schmidt era o Stephen Curry na década de 80 e 90.

Expansão dos negócios do basquete no Brasil

O trabalho realizado pela NBA, expandiu absurdamente o potencial do negócio basquete no Brasil. O excelente trabalho da NBB ajudou também nessa consolidação.

Há ainda o movimento das ruas, com as quadras públicas e o movimento 3×3, conectado com o Hip Hop, que inclui o rap, street dance e grafite.

Dados recentes da Kantar Ibope Media apontam um total de 58 milhões de fãs de basquete no Brasil, quase três vezes mais que em 2013.

Segundo a pesquisa atualmente 52% dos internautas com mais de 18 anos se interessam pela modalidade, frente aos 38% há uma década.

Evolução dos fãs de basquete no Brasil- Em milhões 

 Fonte: Kantar Ibope Media

Se incluirmos ainda crianças e adolescentes, que estão fora da pesquisa estamos falando em quase 70 milhões de pessoas, segundo análise da Sports Value.

A NBA no Brasil conseguiu transformar nosso mercado. A penetração da liga entre os jovens aqui é maior até que nos EUA. Muitos adolescentes da geração Z preferem NBA que futebol.

Brasil já é o segundo mercado da NBA League Pass em todo o mundo, atrás apenas dos EUA e as vendas de camisas dos times e da liga subiram 67%. A NBA tem 19 pontos de venda no país, já trouxe a sua NBA House e vai em breve ter o NBA Park em Gramado.

Em entrevista para a Forbes dos EUA, Matt Brabants, Vice-Presidente Sênior da NBA falou: “O Brasil é um mercado prioritário para a NBA com uma base de fãs apaixonada que cresceu mais de 50% nos últimos dois anos”

Prática do basquete é muito baixa atualmente

Sports Value decidiu ir a fundo em estudos e projetos que reduzam o sedentarismo mundial e brasileiro. Brasil é um dos países mais sedentários do planeta, com implicações em inúmeros indicadores sociais e de saúde pública.

Empresa está envolvida em projetos na luta contra o sedentarismo, fomento da prática esportiva pelo público feminino, inclusão social e educação de qualidade através do esporte, utilizando o basquete como modalidade.

Embora com muita tradição o basquete perdeu espaço e por muito tempo representava 2% da prática dos brasileiros. Segundo dados do Google com a pandemia o número de praticantes dobrou e atualmente os praticantes de basquete representam 4% da população.

Análise da Sports Value identificou que esse índice pode chegar a 8%, graças ao crescimento midiático e força da modalidade atualmente.

Temos um número enorme de fãs e é hora de convertê-los em praticantes assíduos da modalidade.

Setor público é responsável direto com seu descaso

Segundo o IBGE somente 1/3 dos brasileiros tem acesso aos clubes esportivos para praticar esporte com qualidade. Classe sociais mais baixas têm enorme dificuldade de acessar a quadras e cestas com mínima qualidade.

Pessoas de menor renda praticam muito menos esporte que com maior renda.

Fonte: IBGE

No Brasil, mesmo os mais ricos praticam muito menos esporte que em países europeus. Mais do que recursos, é preciso ter uma cultura de pratica esportiva recorrente.

Sports Value vem acompanhando de muito perto o descaso da Prefeitura da Cidade de São Paulo e também do Governo do Estado de São Paulo, com o estado de conservação das quadras de basquete e logo mais vai expandir essa análise em âmbito nacional.

São quadras e praças sem tabela, sem aro, sem cesta. Não há uma mínima manutenção e escolha correta dos materiais para que não sofram com o clima e o vandalismo. Há muito vandalismo de pessoas muitas vezes que são sedentárias, que não tem ideia da importância daquele espaço para a comunidade.

Em geral tabelas não tem aros, pois material é muito pouco resistente.

Ideal é utilizar ferro ou acrílico e não tabelas de madeira.

Um exemplo claro do descaso público é o tradicional clube de São Paulo, Edson Arantes do Nascimento, o Pelezão, no bairro da Lapa.  Um clube da Prefeitura, portanto de uso grátis, cujas quadras de basquete estão absolutamente deterioradas e abandonadas.

Outro exemplo o Parque Villa Lobos, tradicional reduto do 3×3 em São Paulo, com quadras em péssimo estado de conservação e com total descaso da administração do parque.

Exemplo positivo recente é o Parque do Ibirapuera, com as quadras reformadas pela iniciativa privada. Este é o caminho para que as cidades tenham espaços esportivos  públicos de qualidade para a população.

A comunidade do basquete e os novos praticantes precisam de muito pouco para ocupar positivamente os espaços públicos.

O basquete é urbano, é street, é cultura, é arte é juventude sadia.  Mas necessita de tabela, aro e cesta para ser praticado.