Negócios do surfe: Brasil, o novo epicentro da modalidade no mundo

Sports Value apresenta uma análise inédita do surfe como negócio,  o case WSL e a força do Brasil no mercado global.

Acreditamos  muito no surfe como uma modalidade que pode mudar o mundo para melhor

O surfista precisa da natureza e o meio ambiente é preservado quando mais surfistas estão no mar. Surfe é antes de tudo ESG!

O surfe mundial movimenta mais de US$ 4 bilhões em vendas de produtos e equipamentos de acordo com a Global Industry Analyst. Possivelmente esse número é bem maior, quando integrado á moda do surfe, vendida fora do varejo especializado. A maior força do surfe é seu lifestyle.

Brasil representa mais de 30% da movimentação global do surfe. No futebol país representa menos de 2% dos US$ 500 bi movimentados globalmente.

Surfe no mundo

Segundo dados enviados ao COI pela  International Surfing Association (ISA) para reconhecer o surfe como modalidade olímpica afirmava que há mais de 23 milhões de praticantes desse esporte no mundo.

Praticantes de surfe- Por país- Em milhões

Estimativas mais otimistas falam de 35 milhões de surfistas. Pouco em relação à outras modalidades tradicionais, como o futebol com quase 300 milhões de praticantes, mas com muito mais valor agregado, e impacto mercadológico.

A força da modalidade é exatamente pelo número enorme de fãs do esporte, que não são surfistas; muitos patrocinadores ganham muito dinheiro com esse público, inclusive.

Os hábitos saudáveis, clima jovem, contato com a natureza, felicidade, são todos valores inerentes ao surfe, e muito difícil, encontrar tudo isso em modalidades tradicionais.

E o surfe feminino é um grande impulsionador da modalidade crescendo em ritmo acelerado, com muito mais espaço para os ídolos femininos do esporte..

Do ponto de vista de marketing, o surfe é único!

Apple TV tem um documentário incrível sobre as competições de surfe, o Make or Break, em parceria com a World Surf League (WSL).

Já são duas temporadas que mostram o impacto global da modalidade, a história de vida dos atletas de ponta e o grande interesse por marcas patrocinardes de diferentes setores.

World Surf League

WSL é a entidade organizadora das competições de surfe profissional. Atualmente a entidade vive um grande momento, com uma nova geração de surfistas masculinos brilhantes, especialmente vindos do Brasil.

No feminino a WSL vem fazendo um trabalho maravilhoso, com muito espaço para as mulheres. São grandes ídolos do surfe feminino global como a supercampeãs.

A WSL tem grandes ídolos do surfe feminino global como as australianas Stephanie Gilmore e Tyler Wright, a havaiana Carissa Moore, a francesa Johanne Defay, a brasileira Tatiana Weston-Webb e a costarriquenha Brisa Hennessy

Suas etapas são globais, como o tênis, F1. Os “picos” mais maravilhosos da terra, com ondas perfeitas são o cenário das disputas, com um alto impacto turístico atrelado ao negócio.

Havaí, California, Australia, Tahiti, Brasil Portugal, África do Sul, uma volta ao mundo em diferentes paraísos na terra.

WSL cresceu em acordos de patrocínios e ativações além dos patrocínios de marcas endêmicas como Rip Curl, Queeksilver e Billabong.

Ótimos exemplos atuais de marcas que exploram a conexão com o surfe: Hurley, Corona, Jeep, SHISEIDO e Havaianas.

A marca de chinelos Havaianas, com forte apelo global ampliou a relação com a WSL, graças ao forte impacto positivo para a marca.

Brasil, país do surfe

Brasil conta com mais de 8.500 quilômetros de praias e por isso o país sempre  foi muito importante para a modalidade no mundo.

Mas nada comparado com o que aconteceu nos últimos anos. A paixão pelo surfe mudou de patamar e o futuro é muito animador.

Grandes ídolos do esporte como Adriano de Souza, Gabriel Medina, ítalo Ferreira, Felipe Toledo, todos supercampeões impulsionaram muito a modalidade no país. Os títulos recentes colocaram o Brasil como epicentro do surfe mundial.

Atualmente a indústria do surfe no Brasil movimenta mais de R$ 7 bilhões (US$ 1,4 bilhão) e vai crescer muito, caso os players locais entendam o Brazilian Storm como um momento magico que deve trazer projetos estruturantes para o país, buscando seu desenvolvimento sustentado.

Das dez últimas edições da WSL, 6 foram vencidas por surfistas do Brasil. Atualmente é o esporte mais dominante do país, bem mais potente que o futebol.

Outro grande nome do Brasil é Tatiana Weston-Webb, com claro potencial para vencer a competição da WSL.

Segundo dados do Ibope Repucom em 2013, cerca de 23% dos brasileiros gostavam do surfe e em 2022 este índice chegou a 41%. Nada menos 45 milhões de pessoas acima de 18 anos, que estão conectados à internet.

Cerca de 58% dos fãs de surf no país têm entre 18 a 39 anos.

Interessados e muito interessados por surfe no Brasil- Milhões de indivíduos

Fonte: Ibope Repucom

O crescimento em uma década foi de 221%. Uma etapa da WSL no Brasil chega a reunir 50 mil pessoas na areia. Se considerados todos os que gostam do estilo de vida surfista o número total de brasileiros pode passar de 54 milhões de pessoas.

Erik Logan CEO da WSL em entrevista para a revista Exame falou sobre a força do mercado brasileiro atual:

“O Brasil é uma das nossas prioridades e é também um modelo para o resto do mundo de como o surfe pode ser também um movimento cultural. Existe uma existe uma relevância cultural para o surfe no país, é algo poderoso, que nos permite observar e tentar replicar na América Central, nos EUA, na Europa, na África”.